
Se a “Terra Prometida” do K-Pop na Europa é Paris (França), na América do Sul é São Paulo (Brasil). No dia 13 de dezembro de 2011, a Cube Entertainment, que agencia os artistas BEAST, 4Minute e G.NA, foi a primeira companhia sul-coreana a realizar um show no Brasil (United Cube), marcando este país como a nova mundial sede do K-Pop.
Na realidade, Brasil é o maior mercado da América do Sul, sendo São Paulo a cidade com o maior número de fãs do gênero K-Pop. Por isso, artistas como Big Bang e Super Junior estão planejando em incluir a capital paulista como uma das cidades a ser visitada durante a passagem de suas respectivas turnês mundiais pela América do Sul. Com a ajuda de representantes do governo sul-coreano, que visitaram o Brasil recentemente, e uma fã brasileira, avaliou-se a atual situação do K-Pop na América do Sul.
- Samba e K-Pop
Fãs do K-Pop no Brasil e na América do Sul começaram a surgir no começo dos anos 2000. As pessoas que ouviam os gêneros japoneses J-Pop e J-Rock conheceram artistas sul-coreanos comoBoA e TVXQ, após os mesmos terem expandido suas atividades ao Japão.
Por se tratar de um lugar que fica do outro lado do mundo, shows e eventos eram difíceis de serem realizados por lá. Por isso, fãs da América do Sul formaram fandoms por si só, e graças a esta atitude o número de fãs só foi aumentando. Existem atualmente vários sites com um grande número de fãs. Além disso, há um outro motivo que levou mais pessoas a se apaixonarem pelo K-Pop: as coreografias bem elaboradas e as melodias que caem muito bem ao gosto das pessoas latino-americanas.
Natália Pak, fundadora do site de K-Pop brasileiro SarangInGayo, afirmou: “Ao contrário do que o resto do mundo pensa, nem todo brasileiro gosta de samba – que não é uma dança coreografada – porém os fãs de K-Pop do Brasil adoram danças coreografadas, músicas que grudam na cabeça e as letras parecidas às das músicas brasileiras”.
- Jovem e quente
A reação dos brasileiros é muito calorosa. Uma pesquisa realizada pelo site SarangInGayo, a qual foi respondida por 1.312 pessoas, justifica isso. A maioria dos leitores é formada por estudantes do ensino médio (41%) e universitários (30%); 76% são brasileiros; 66% vivem em lugares onde não há lojas ou restaurantes coreanos; 38% compraram algum produto relacionado ao K-Pop; e 59% desejam comprar. Tudo isso demonstra o grande interesse que as pessoas têm pelo K-Pop.
O “K-Pop Dance School”, realizado pelo KOFICE no dia 17 de fevereiro, em São Paulo, é um exemplo que demonstra a grande popularidade da música sul-coreana no país. Tratou-se de um evento que não contou com a participação de cantores famosos, inclusive foi anunciado com apenas 2 dias de antecedência. No entanto, 300 pessoas se inscreveram e foram realizados mais pedidos para inscrições no dia do evento, algo que surpreendeu os organizadores. Foi um evento no qual os fãs – adolescentes e pessoas em seus 20 e poucos anos – e admiradores que possuem uma participação muito ativa em eventos do estilo se identificaram.
Um representante do KOFICE disse: “Os participantes devem ter se sentido mais próximos aos cantores, uma vez que aperfeiçoaram as coreografias dos mesmos com o seu próprio corpo. Por se tratar de um lugar onde é difícil de realizar shows, vários eventos ligados ao K-Pop deverão ocorrer”.
- O que é mais importante do que a concorrência entre os cantores
Até pouco tempo atrás, os cantores sul-coreanos levavam mais em consideração o simbolismo do que o lucro quando se pensava em realizar shows na América do Sul. A expressão “expansão à América do Sul” virou um prêmio nesta globalização do K-Pop. Por causa disso, surgiu uma concorrência entre os cantores que tenta definir quem chegará primeiro aos países deste continente.
No entanto, já se podem notar umas pequenas mudanças na forma com a qual as companhias sul-coreanas tratam a América do Sul. Tanto quem já foi, quanto quem ainda não foi, está agindo de forma mais realista em relação ao mercado com mais de 500 milhões de pessoas e com grande probabilidade de crescimento.
Alguns representantes do mercado brasileiro alertam que se as empresas vierem ao país com o objetivo de ganhar dinheiro em pouco tempo, as mesmas poderão ter prejuízos. Preocupar-se demais com o sucesso de shows e espetáculos poderá levar a uma rejeição cultural. Os profissionais afirmam que a exportação de discos e produtos relacionados ao K-Pop é o mais importante no momento.
“Como a maioria dos fãs aqui é formada por menores de idade e dependentes de pais, eles precisam de um tempo longo para juntar dinheiro”. Estas palavras de Natália Pak não poderão ser desprezadas.
Fonte: SarangInGayo
Nenhum comentário:
Postar um comentário